Compositor: Pérez Botija
O amor é um raio de luz indireta
Uma gota de paz, uma fé que desperta
Um zumbido no ar, um ponto na névoa
Um perfil, uma sombra, uma pausa, uma espera
O amor é um suave rumor que se aproxima
Um toque ao longe, uma brisa leve
Uma voz na calmaria, um aroma de hortelã
Um depois, um talvez, uma vez, uma meta
O amor vai brotando, entre o ar e o solo
Dá pra tocar e dá pra sentir e há quem possa ver ele
E faz com que você acorde e pense nele
Te chama devagar, roçando sua pele
O amor te hipnotiza, te faz sonhar
E você sonha e cede e se deixa levar
Te move por dentro e te faz ser mais
E te empurra e te domina e te leva atrás
E de repente te ergue, te lança, te queima
Faz luz em sua alma, faz fogo em suas veias
E te faz gritar ao sentir que você queima
Te dissolve, te evapora, te destrói, te cria
Te faz viajar, na beira do tempo
Remontando os rios de mil universos
Te leva à glória e te entrega à terra
Te olha e te vê e pensa e pensa
E de repente, o amor é a luz de uma chama
Que começa a se apagar e vai e se apaga
É a pequena ilha perdida na névoa
Uma gota, um não sei, uma mancha, uma careta
O amor é a folha caída na terra
Um ponto no mar, uma névoa que engrossa
Um peso na alma, um Sol que se esconde
Um porquê, um segundo, um já não, uma queixa
O amor vai descendo, degrau a degrau
Com as mãos fechadas e o passo cansado
Ele pergunta quem você é, para te fazer saber
Que mal te conhece, que o que você quer dele
O amor zomba de você, ri de você
Enquanto você fica parado, sem saber o que dizer
E deseja seguir ele e dizer que não
Que ele fique, que volte, que cometa um erro
E o amor desfaz suas grandes ideias
Te destroça, te quebra, te parte, te fere
Te faz ser aquele que você não queria
E te empurra para ser mau e te deixa arruinado
E te joga de cara no último inferno
Arrancando sua alma, pisoteando seu corpo
E você se afoga de ansiedade, de voltar ao nada
E de repente, ele para e te vê e tem pena de você